As mãos, seus dedos. A couraça em febre. Foge e tece marcas de arame farpado nos pés. Descalço derrama o vinho. Pobre homem, criação pobre. Sua mãe tem marcas de milho nos joelhos que se transformaram em feridas. Alma ferida. Sina abençoada na igreja de mãos dadas com o pai.
17 agosto 2010
Muralhas
As mãos, seus dedos. A couraça em febre. Foge e tece marcas de arame farpado nos pés. Descalço derrama o vinho. Pobre homem, criação pobre. Sua mãe tem marcas de milho nos joelhos que se transformaram em feridas. Alma ferida. Sina abençoada na igreja de mãos dadas com o pai.
09 agosto 2010
Saudade
Foto da sala de aula. UNIUBE/Uberaba-MG
De amores e aromas sustentei-me aqui. Foi difícil lhe abandonar, ainda sinto seus braços acariciando meu futuro. Querida Minas Gerais.
04 agosto 2010
Almainova
Ele disse: - não é nada é apenas um sussuro
E foi morrendo
No âmbito dos meus olhos não lhe vejo
e os cristais que encobriam a visão
se quebraram
Penso um pouco
Descanso
Me faço espessa
e a água cai sobre mim
me procura nas curvas
nos orifícios
É sábado
nada aqui
Paro mais
ouço
apenas ouço passos
E foi morrendo
No âmbito dos meus olhos não lhe vejo
e os cristais que encobriam a visão
se quebraram
Penso um pouco
Descanso
Me faço espessa
e a água cai sobre mim
me procura nas curvas
nos orifícios
É sábado
nada aqui
Paro mais
ouço
apenas ouço passos
01 agosto 2010
Hilda Hilst
Essa lua enlutada, esse desassossego
A convulsão de dentro, ilharga
Dentro da solidão, corpo morrendo
Tudo isso te devo. E eram tão vastas
As coisas planejadas, navios,
Muralhas de marfim, palavras largas
Consentimento sempre. E seria dezembro.
Um cavalo de jade sob as águas
Dupla transparência, fio suspenso
Todas essas coisas na ponta dos teus dedos
E tudo se desfez no pórtico do tempo
Em lívido silêncio. Umas manhãs de vidro
Vento, a alma esvaziada, um sol que não vejo
Também isso te devo.
( Hilda Hislt, Júbilo, memória, noviciado da paixão, p 37)
A convulsão de dentro, ilharga
Dentro da solidão, corpo morrendo
Tudo isso te devo. E eram tão vastas
As coisas planejadas, navios,
Muralhas de marfim, palavras largas
Consentimento sempre. E seria dezembro.
Um cavalo de jade sob as águas
Dupla transparência, fio suspenso
Todas essas coisas na ponta dos teus dedos
E tudo se desfez no pórtico do tempo
Em lívido silêncio. Umas manhãs de vidro
Vento, a alma esvaziada, um sol que não vejo
Também isso te devo.
( Hilda Hislt, Júbilo, memória, noviciado da paixão, p 37)
Assinar:
Postagens (Atom)