29 agosto 2009
Embrião
Barriga rígida, espaço preenchido. Não há lugar para mais nada. Sinto-me agressiva na espera. A voz que tanto importuna desaparecerá. Feto pronto, humano desenhado com meus anseios. sei que me amarás. Lá fora nada importa, não fede, não cheira. O tempo congela e inexiste. O joelho aos poucos cicatriza, joguei fora os espinhos só restaram os gravetos. O quarto está avisado para não lhe assustar. Dos dias presa ao berço, a música de seu choro alimentará meu zelo. Cobertor de lã e chá. Mavioso seu toque o corpo acolhe sem gretas. Leito de solo quente embebido no vinho. Ver seu contorno de luz e colher espaços. Voz rouca, força esgotada tingido de vermelho completa infanta. Direi seu nome apenas aos anjos de Deus e ao seu filho amado: que importa? Ficará sem nome. Para mim você é verbo. Filho do verbo.
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um risco além dos olhos
ResponderExcluirdisparado no imprevisto
quando convexo se torna avesso.
Cássio Amaral.
Vim aqui através de meu amigo Jorge Vicente.
Você escreve bem moça.
Abraços e muita luz.
para mim voce é iluminura
ResponderExcluirfilha das palavras e das
cores das tintas da pele
jorge vicente